Durante uma semana, os
Jovens Conectados a Cristo realizaram uma enquete, com o objetivo de
conhecermos, de forma geral, a visão que as pessoas têm dos jovens de nossa
cidade, e a visão que o próprio jovem tem de si, seus desejos, suas perspectivas.
Isso porque entendemos
que conhecer os jovens é condição prévia para evangelizá-los.
Em geral, foram
entrevistadas pessoas de sua convivência, adultos, jovens e idosos. O perfil
dos adultos envolveu pessoas que trabalham, a maioria tem filhos jovens, alguns
lidam diretamente com jovens em sua profissão.
Os idosos, em geral,
são aposentados ou trabalham em casa, têm filhos já adultos, e provavelmente
netos jovens.
Os jovens, em sua
grande maioria, cursam o ensino médio, alguns fazem curso técnico ou estudam
para o vestibular. Uma parte concilia estudo e trabalho.
Em geral, chegamos aos
seguintes resultados:
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Quando perguntamos sobre o que achavam
da juventude de Conceição do Jacuípe, os adultos definiram os jovens, em sua
maioria, como preguiçosos, sem um direcionamento, “sem juízo”, sem ideais
definidos. Uma juventude que busca o prazer, mas não se conhece. Alguns
reconhecem uma parcela dos jovens que está no caminho certo.
A visão dos idosos variou pouco da dos adultos.
Alguns se sentem diretamente ofendidos com o comportamento dos jovens. Veem uma
juventude que é diferente da do seu tempo porque reza menos, são menos
obedientes. Um deles visualiza uma juventude que se empenha, trabalha, estuda,
são o futuro da sociedade. Procuram cursar uma faculdade, enquanto antes quase
ninguém se formava no ensino médio.
Nos jovens, embora alguns reconheçam que uma pequena
parte está no “bom caminho”, em geral nota-se uma visão pessimista, de que os
jovens são irresponsáveis, só querem curtição, vaidades, esqueceram de Deus e
do valor da vida, e por isso se envolvem em drogas e prostituição.
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Perguntou-se aos adultos o que eles
esperam dos jovens, e se eles acham que os jovens de hoje são capazes de fazer
coisas boas e significativas pela sociedade.
O que se espera é que os jovens busquem a Deus, que
tenham responsabilidade e compromisso com a sociedade, e garra para vencer os
desafios que a idade traz.
Eles acreditam que o jovem pode fazer coisas
significativas pela sociedade, pois são idealistas e convictos do que fazem,
mas precisam de apoio, e precisam ser desafiados.
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Quando pediram a opinião dos 3 grupos
sobre o que poderia ser feito para melhorar a situação do jovem, a maioria
reconheceu o papel dos pais e dos governantes nesse processo. Os pais para
compreendê-los, aceitá-los, dar-lhes exemplo, aconselhá-los, estimulando-os a
atitudes responsáveis, no conhecimento da Palavra de Deus. Os governantes para
dar ensino de qualidade, criar projetos que atendam às necessidades dos jovens
e os incentivem a desenvolver uma profissão. Também veem o papel da Igreja, que
deveria ser mais atrativa para os jovens.
Alguns acham que não há o que se fazer; que são os
jovens que, por si só, têm que tomar consciência e mudar de atitude.
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Perguntamos aos jovens o que eles
querem. As respostas revelam uma juventude diversificada. Há aqueles que só
querem curtir a vida, sem responsabilidade, mas há os que querem trabalhar,
passar no vestibular, constituir família... Querem que a sociedade os veja de
forma diferente, e lhes dê atenção e oportunidade.
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A maioria dos jovens acredita que a
juventude pode fazer coisas boas pela sociedade, pois têm uma força que eles
mesmos desconhecem. Alguns poucos acham que não são capazes.
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E as coisas seriam diferentes se dessem
mais oportunidade aos jovens?
A maioria dos jovens entrevistados acredita que sim.
Que se sentem esquecidos por serem jovens, e precisam de oportunidade. Outros
acham que os jovens já têm oportunidade, só não querem aproveitar.
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Perguntamos se a religião é importante
na vida do jovem, e se as coisas seriam diferentes se todos tivessem uma fé.
A maioria acha a religião importante, e todos acham
que as coisas seriam diferentes se tivessem uma fé, porque assim os jovens
teriam temor e, assumindo Deus como a base de sua vida, saberiam diferenciar
entre o certo e o errado, e dariam mais valor à vida.
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Perguntamos ao jovem o que ele acha da
Igreja.
Algumas respostas foram vaga, como “acho bom” ou
“acho massa”. Outros veem na Igreja um lugar sagrado, que faz refletir sobre os
seus atos e sua vida através da Palavra de Deus, onde se pode estar em comunhão
com Deus, ter ótimas influências, ter uma direção. Alguns acham um lugar meio
parado para os jovens, que são agitados.
Outros, ao contrário, disseram que hoje a Igreja
está bem melhor, se comparado há alguns anos, porque os jovens têm mais espaço;
que hoje o padre chama a atenção dos jovens de uma forma diferente.
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Por fim, perguntamos aos jovens o que
eles esperam da Igreja?
Que crie meios para atraí-los e “tenham lugares para
colocar os jovens que estão por vir”. Que não desistam da juventude. Que seja
um lugar prazeroso e onde haja respeito. Que tenha mais diálogo, que esteja
sempre de porta aberta para os jovens. Que “coloque juízo na cabeça dos
jovens”, para que eles saiam com uma visão diferente do mundo e ponham em
prática a mensagem que Deus nos fala.
Um deles disse que espera que cada jovem perceba que
faz parte da Igreja, e a faça ficar mais dinâmica e interessante.
Conclusão
Conhecendo agora os jovens deu para perceber que não
dá para uniformizá-los. Os perfis são muito diferentes. Dependem do meio em que
o jovem cresceu e vive, das informações que lhes são transmitidas desde a
infância, dos valores que foram construídos em casa, na escola, na
comunidade... E, o diferencial maior, Jesus na vida do jovem.
Os resultados nos fazem pensar: Como estamos olhando
para os jovens? Quais as nossas perspectivas em relação a eles? Será que
estamos reconhecendo seu valor, ou só olhando os aspectos negativos que uma
parcela demonstra? Será que seu filho, que é jovem, é diferente dos outros?
Será que não estamos cobrando demais uma atitude madura do jovem, sem lhe dar o
exemplo, o incentivo e o apoio necessários?
Hoje em dia o jovem está assumindo mais
responsabilidades. Muitos já trabalham. Mas, apesar de sentirem
autossuficientes, eles precisam de apoio, e sabem disso.
A juventude é a fase de maior potencial para o
engajamento. O que falta para que o jovem se sinta acolhido, principalmente na
Igreja?
Fica a reflexão! E para os jovens, o chamado. Vocês
são chamados a fazer a diferença nessa sociedade, porque quem tem Jesus é
diferente!